As Origens
Criadas pela Lei 31.259 de 1 de maio de 1941, por iniciativa de António Ferro, as Pousadas destinavam-se a "alojar os visitantes e fornecer-lhes a alimentação no respeito do estilo de cada região".
Citação
«Quando um hóspede deixar de ser tratado pelo nome, para ser conhecido pelo número de quarto que ocupa, estaremos completamente desviados do espírito das Pousadas.»
António Ferro, 1942.
A primeira unidade da rede foi inaugurada em 1942, em Elvas, no Alentejo, região que atualmente concentra o maior número de pousadas históricas, e ainda hoje se encontra em funcionamento. Outras "Pousadas Regionais" foram sendo inauguradas, sempre com um número reduzido de quartos e com uma especial atenção à gastronomia de cada região.
Na década de 1950 o conceito de Pousada foi alargado com o surgimento das "Pousadas Históricas", instaladas em edifícios e monumentos históricos, castelos, conventos e mosteiros, alguns abandonados ou em estado de degradação e especialmente recuperados para o efeito. A primeira pousada a ser criada segundo este novo conceito foi a Pousada do Castelo em Óbidos.
Em 1995 a American Society of Travel Agents (ASTA) e a Smithsonian Foundation, atribuíram às Pousadas de Portugal o prémio anual para as instituições de todo o mundo com um papel mais preponderante na defesa do património cultural e do ambiente para fins turísticos.
A empresa estatal ENATUR (Empresa Nacional de Turismo) detém o património das Pousadas e procede à sua gestão. Em 2003 contava com quarenta e quatro pousadas, das quais dezoito em edifícios históricos, e ainda dois restaurantes.
A Privatização
Em 2003 o Governo português, face a uma situação de acumulação de resultados líquidos negativos durante mais de uma década, e com 1 milhão de euros de prejuízo só em 2002, decidiu privatizar em 49% o capital da ENATUR, bem como ceder a exploração das Pousadas de Portugal ao grupo que ganhasse essa privatização.
O grupo vencedor foi o GPP - Grupo Pestana Pousadas, constituído pelo Grupo Pestana (59,8%), Grupo CGD (25%), Fundação Oriente (15%) e mais duas empresas com 0,2% (Abreu e Portimar). Assim em 1 de Setembro de 2003, o GPP tornou-se responsável pela exploração da Rede atual de Pousadas por um período de 15 anos, com possibilidade de extensão por mais 5 anos, caso fosse cumprido um Plano de Expansão Complementar (mais 2/3 Pousadas ou mais 200 quartos) e, também, com a possibilidade de extensão por mais outros 5 anos caso seja cumprido o Plano de Internacionalização das Pousadas de Portugal (correspondendo a 300 quartos ou 5 novas Pousadas situadas em edifícios de origem portuguesa de reconhecido valor histórico ou cultural).
Citação
«Quanto ao contrato de cessão de exploração da rede Pousadas de Portugal, deve o mesmo salvaguardar os interesses do Estado, nomeadamente no que diz respeito à conservação dos monumentos nacionais àquela afetos e do respetivo património móvel, que fazem parte do domínio público, atendendo à importância que tais bens possuem para a história e para a cultura de Portugal.»
Governo Português, 2003.